poesia aprofundada

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    Poesia Aprofundada

    Carlos Drummond de Andrade (31 de outubro de 1902 — 17 de agosto de 1987) é um dos maiores autores da literatura brasileira, sendo também considerado o maior poeta nacional do século XX.

    Integrada na segunda fase do modernismo brasileiro, sua produção literária reflete algumas características do seu tempo: uso da linguagem corrente, temas do cotidiano, reflexões políticas e sociais.

    Através de sua poesia, Drummond foi eternizado, conquistando a atenção e a admiração dos leitores contemporâneos. Seus poemas se centram em questões que se mantêm atuais: a rotina das grandes cidades, a solidão, a memória, a vida em sociedade, as relações humanas.

    Entre suas composições mais famosas, se destacam também aquelas que expressam reflexões existenciais profundas, onde o sujeito expõe e questiona seu modo de viver, seu passado e seu propósito. Confira alguns dos poemas mais famosos de Carlos Drummond de Andrade, analisados e comentados.

    No Meio do Caminho

    No meio do caminho tinha uma pedra
    tinha uma pedra no meio do caminho
    tinha uma pedra
    no meio do caminho tinha uma pedra.

    Nunca me esquecerei desse acontecimento
    na vida de minhas retinas tão fatigadas.
    Nunca me esquecerei que no meio do caminho
    tinha uma pedra
    tinha uma pedra no meio do caminho
    no meio do caminho tinha uma pedra.

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    Poesia Contemporânea

    Márcia Fernandes

    Márcia Fernandes 

    Professora licenciada em LetrasAdicionar aos favoritos

    A literatura brasileira reúne diversos poetas que tiveram grande destaque não somente no Brasil, mas no mundo.

    Confira abaixo uma lista dos maiores poetas brasileiros modernos e contemporâneos. Leia também algumas de suas poesias.

    1. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

    Carlos Drummond de Andrade

    Poeta modernista mineiro, Drummond é considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX. Grande destaque da segunda geração modernista, além de poemas, escreveu crônicas e contos.

    No meio do caminho

    No meio do caminho tinha uma pedra
    Tinha uma pedra no meio do caminho
    Tinha uma pedra
    No meio do caminho tinha uma pedra.
    Nunca me esquecerei desse acontecimento
    Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
    Nunca me esquecerei que no meio do caminho
    Tinha uma pedra
    Tinha uma pedra no meio do caminho
    No meio do caminho tinha uma pedra.

    Veja também: Carlos Drummond de Andrade

    2. Conceição Evaristo (1946)

    Conceição Evaristo

    Poetisa mineira de origem humilde, Conceição Evaristo é um nome que marca a poesia contemporânea. Além de poemas, escreve contos e romances.

    Vozes-Mulheres

    A voz de minha bisavó
    ecoou criança
    nos porões do navio.
    ecoou lamentos
    de uma infância perdida.

    A voz de minha avó
    ecoou obediência
    aos brancos-donos de tudo.

    A voz de minha mãe
    ecoou baixinho revolta
    no fundo das cozinhas alheias
    debaixo das trouxas
    roupagens sujas dos brancos
    pelo caminho empoeirado
    rumo à favela

    A minha voz ainda
    ecoa versos perplexos
    com rimas de sangue
    e
    fome.

    A voz de minha filha
    recolhe todas as nossas vozes
    recolhe em si
    as vozes mudas caladas
    engasgadas nas gargantas.

    A voz de minha filha
    recolhe em si
    a fala e o ato.
    O ontem – o hoje – o agora.
    Na voz de minha filha
    se fará ouvir a ressonância
    O eco da vida-liberdade.

    Para saber mais, leia: Conceição Evaristo: vida, obra e importância na literatura brasileira

    3. Adélia Prado (1935)

    Adélia Prado

    Poetisa mineira, Adélia é uma escritora da literatura brasileira contemporânea. Além de poemas, escreveu romances e contos, onde explora, em grande parte, o tema da mulher.

    Com licença poética

    Quando nasci um anjo esbelto,
    desses que tocam trombeta, anunciou:
    vai carregar bandeira.
    Cargo muito pesado pra mulher,
    esta espécie ainda envergonhada.
    Aceito os subterfúgios que me cabem,
    sem precisar mentir.
    Não sou feia que não possa casar,
    acho o Rio de Janeiro uma beleza e
    ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
    Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
    Inauguro linhagens, fundo reinos
    — dor não é amargura.
    Minha tristeza não tem pedigree,
    já a minha vontade de alegria,
    sua raiz vai ao meu mil avô.
    Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
    Mulher é desdobrável. Eu sou.

    4. Cora Coralina (1889-